16 setembro 2006

Não convence mas consola

Festa de anos. A minha foi ontem. No meu caso, como o "Expensive Soul" diz numa das suas letras, "é sempre assim": um dia sem dramas nem euforias. Envelhecer é tão natural como estar vivo. Mas daí a transformar o dia de aniversário numa ocasião festiva, mais devagar. A família e os mais próximos é que não querem saber das minhas indagações metafísicas e "exigem" celebração especial com abrangente repasto, presentes e... festa. Lá me vi, por isso, uma vez mais, no centro das atenções (era "o meu dia", como não paravam de me lembrar), naturalmente feliz por ter quem tinha à minha volta, mas, aqui entre nós, sem nunca me render inteiramente à motivação festiva do aniversário. Do meu, ou do de quem quer que seja, bem entendido. Que lógica tem festejar o envelhecimento? - perguntava cá para os meus botões.

Até que deparei no Quelque Chose com este pensamento do (para mim) ilustre desconhecido Mário Sérgio Cortella:

É absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse, mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...

E não pude deixar de concordar com meraluz :

Não convence, mas consola.