17 março 2007

O espaço artístico

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Museu de Arte Contemporânea, da Fundação Serralves. Fiz ontem à noite uma primeira visita à exposição “Anos 80: uma topologia” que por lá decorre até ao próximo dia 27 e à qual forçosamente terei de voltar. A tanto obrigam os 250 melhores trabalhos de 73 artistas de todo o mundo, incluindo 5 portugueses, que, sem a menor dúvida, requerem mais demorado e atento olhar. Para além da provocação estética de cada autor (melhor diria, de cada obra) a exposição reflecte uma muito contemporânea incerteza sobre o lugar da arte na sociedade que não é, por certo, alheia às indefinições culturais e políticas do nosso tempo. Se tenciona dar lá uma saltada, vá preparado(a) para um encontro imediato entre as múltiplas e contraditórias propostas estéticas que o(a) esperam e a necessidade de uma reavaliação da obra de arte como lugar de transformações e diferentes modos de apropriação do espaço. Porque por muito que o objecto artístico se autonomize, carecerá sempre de um fundo que o determine. E é justamente nessa medida que, também artisticamente, o espaço se define.