Excerto de um livro não anunciado (378)
O estudo comparativo da retórica e da hipnose parece pois amplamente justificado, sempre que se trate de aprofundar o conhecimento sobre o verdadeiro alcance das diferentes técnicas da persuasão discursiva. É que, se não em acto, ao menos em potência, a hipnose está sempre mais ou menos presente no contexto relacional ou intersubjectivo em que o homem se encontra e reconhece. Não é assim de estranhar que Moscovici faça da sugestão hipnótica o “modelo principal das acções e reacções sociais” (*) e Edgar Morin, em correspondência pessoal trocada com Chertock (em 13.08.1982), tenha afirmado que vê na hipnose “um dos nós górdios para todo o conhecimento, não somente do espírito humano, mas possivelmente, para compreender algo de vital” (**). Por outro lado, desde sempre que a retórica é, como se sabe, técnica de argumentar mas também arte de persuadir. E isso pressupõe, não só lucidez crítica, engenho e imaginação, como também apurado sentido estético, sensibilidade e emoção.
(*) S. Moscovici, (1981), L’Âge des foules, Paris: Fayard, p. 124
(**) Cf. L. Chertok, (1989), L’hypnose, Paris: Éditions Payot, p. 235
(*) S. Moscovici, (1981), L’Âge des foules, Paris: Fayard, p. 124
(**) Cf. L. Chertok, (1989), L’hypnose, Paris: Éditions Payot, p. 235
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