Jornalismo e verdade (4)
A "ferocidade" da jornalista
O duelo, que na chamada à primeira página é um "duelo feroz", passa a mero "duelo" no título a toda a largura da página 69: "Duelo na Blogosfera entre Pacheco e Luis Marinho". E passa bem porque quem tenha acompanhado a polémica pelo Abrupto sabe muito bem que o contraditório em causa teve de tudo menos de ferocidade. Despropositada, é, portanto, o mínimo que se pode dizer da referência que a jornalista faz no seu texto a "Um dos episódios mais ferozes". Tão despropositada que o leitor, depois de cair no logro, tem toda a legitimidade para considerar que o "duelo feroz" da primeira página foi um mero ardil para chamar (abusivamente) a sua atenção, o mesmo é dizer, para o enganar.
A "novidade" do jornal
A chamada deste suposto "duelo feroz" à primeira página, faz pressupor que o desenvolvimento do assunto traga alguma novidade ou oportunidade (que nao é a mesma coisa, como se sabe). Ora a pressuposta novidade residiria, neste caso, em tudo o que permitisse classificar o duelo como um "duelo feroz". A esse respeito, porém, o texto nada informa. Novidade, só no título e, falsa. E não se vendo qualquer razão de oportunidade (faz quase 1 mês que a polémica surgiu no Abrupto) salvam-se as pertinentes observações de Manuel Pinto e de Paulo Querido, aliás, mais ligadas às potencialidades e aos limites do recurso à blogosfera, do que, propriamente, ao assunto em discussão.
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