Mais do que pidescas
No sábado, li na "Tabu" as já tão polémicas palavras do sr. Procurador:
"acho que as escutas em Portugal são feitas exageradamente (...). Penso que tenho um telemóvel sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos"
Nem de propósito, no domingo, abro o Público (P2) e deparo com este sub-título da jornalista São José de Almeida na sua entrevista à investigadora Irene Pimentel (autora de uma tese de doutoramento sobre a PIDE):
"A Pide construiu a imagem de que tinha ouvidos em todo o lado, para afastar da vida cívica os cidadãos"
Eu que ainda sou desse tempo, vou avisando: à Pide ainda se podia enganar, da Pide ainda se podia fugir. Mas destas escutas generalizadas, não. Porque estas escutas não fazem "bluff", nem constroem falsas imagens para reprimir a liberdade. Não precisam. Elas são os "ouvidos em todo o lado": são a própria repressão. Mais do que pidescas, portanto.
"acho que as escutas em Portugal são feitas exageradamente (...). Penso que tenho um telemóvel sob escuta. Às vezes faz uns barulhos esquisitos"
Nem de propósito, no domingo, abro o Público (P2) e deparo com este sub-título da jornalista São José de Almeida na sua entrevista à investigadora Irene Pimentel (autora de uma tese de doutoramento sobre a PIDE):
"A Pide construiu a imagem de que tinha ouvidos em todo o lado, para afastar da vida cívica os cidadãos"
Eu que ainda sou desse tempo, vou avisando: à Pide ainda se podia enganar, da Pide ainda se podia fugir. Mas destas escutas generalizadas, não. Porque estas escutas não fazem "bluff", nem constroem falsas imagens para reprimir a liberdade. Não precisam. Elas são os "ouvidos em todo o lado": são a própria repressão. Mais do que pidescas, portanto.
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