Jornalismo e verdade (5)
"É opinião. Não é jornalismo."
- disse na semana passada o Provedor do Público a um leitor.
"Não há comentários (nem artigos) objectivos."
- respondeu esta semana a outro.
Em qualquer dos casos, uma clara desqualificação da opinião jornalística.
Percebo perfeitamente a louvável intenção do Provedor. Mas eu que estou aqui de jornal aberto nas mãos, folheando-o da primeira à última página e que o vejo repleto de opinião, desde o tipo de assuntos que são chamados à primeira página, aos títulos, às imagens, à disposição gráfica, ao editorial, às crónicas (cada vez mais presentes), à reportagem, às entrevistas, à selecção e republicação de algumas declarações recentes, à crítica das artes (cinema, radio, televisão, teatro, literatura, ensaismo, filosofia, pintura, música, etc.) e à própria coluna do provedor, tenho um pequeno mas porventura proveitoso exercício a propor, que é muito simples:
- que o sr. Provedor pegue, um dia destes, numa qualquer edição do Público (ou outro jornal) e vá anotando o que segundo o seu douto critério é opinião. No final diga-nos, por favor, o que sobrou de jornalismo nesse jornal.
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