26 dezembro 2007

Adeus remodelação

Não acredito que o Primeiro-Ministro vá, a curto prazo, remodelar o seu governo.

Primeiro, porque Sócrates é, por natureza, avesso às remodelações. Uma remodelação é sempre de alguma forma, um confessado meio fracasso. E Sócrates, não admite (confessar) fracassos. O mais mediático dos governantes pós-25 de Abril olha ao pormenor, quando se trata de salvaguardar a sua imagem pública e a do governo a que preside. Não se trata de defender os ministros ad eternum, mas tão só de evitar a sua ostensiva demissão. A solução é engenhosa e, ao mesmo tempo, linear: primeiro saiu Campos e Cunha. Não foi demitido. Depois saiu António Costa. Não foi demitido. Agora já se fala que Manuel Pinho vai sair para a Caixa Geral de Depósitos. Não será, portanto, demitido. E jamais será necessário remodelar um governo onde forem saindo os ministros do descontentamento. Sem serem demitidos.

Segundo, porque depois de
Vital Moreira lhe ter dito (publicamente) o que deveria fazer (uma mini-remodelação para daqui a dias), a Sócrates só restam duas hipóteses: ou não vai por aí, ou dividirá com Vital o mérito da hipotética mexida. E como, ao que parece, dividir não é o seu forte, adeus remodelação.