O caso da "mão estendida"
O caso da "mão estendida" de Carmona Rodrigues traduz a grosseira deselegância de Manuel Carrilho para com um seu adversário político. Não foi pouco, mas foi apenas isso. Um acto de má educação, de falta de maneiras, não é um problema ideológico, é uma falha de relacionamento pessoal que só compromete quem o pratica.
Não faz, por isso, qualquer sentido chamar à baila a cada vez mais artificial divisão esquerda-direita, quer para identificar a suposta supremacia moral quer para dela se defender, como, de algum modo, se faz aqui. Se a chamada “direita” tem tanto assim de que acusar a chamada “esquerda” então não a deveria imitar precisamente naquilo de que a acusa. De resto, basta olhar o passado recente da vida política portuguesa para se perceber que a “intolerância” e a “arrogância”, assim como os “bons” ou os “maus” da fita, não escolhem cor nem lugar ideológico ou partidário e, por vezes, surgem até, de onde menos se espera.
A “cena” final de Carrilho, no debate de ontem da SIC-Notícias, foi sem dúvida lamentável. Mas só um pouco mais lamentável do que já tinha sido o próprio debate. E se não se poderia esperar de qualquer dos dois candidatos um programa melhor para Lisboa (por ser presumível que já o tivessem apresentado se de tal fossem capazes) já quanto à correcção do debate temos o direito de exigir a ambos mais seriedade, mais civismo, mais respeito pelo eleitor. Numa palavra, desculpa-se a falta de talento. A falta de educação, não.
Não faz, por isso, qualquer sentido chamar à baila a cada vez mais artificial divisão esquerda-direita, quer para identificar a suposta supremacia moral quer para dela se defender, como, de algum modo, se faz aqui. Se a chamada “direita” tem tanto assim de que acusar a chamada “esquerda” então não a deveria imitar precisamente naquilo de que a acusa. De resto, basta olhar o passado recente da vida política portuguesa para se perceber que a “intolerância” e a “arrogância”, assim como os “bons” ou os “maus” da fita, não escolhem cor nem lugar ideológico ou partidário e, por vezes, surgem até, de onde menos se espera.
A “cena” final de Carrilho, no debate de ontem da SIC-Notícias, foi sem dúvida lamentável. Mas só um pouco mais lamentável do que já tinha sido o próprio debate. E se não se poderia esperar de qualquer dos dois candidatos um programa melhor para Lisboa (por ser presumível que já o tivessem apresentado se de tal fossem capazes) já quanto à correcção do debate temos o direito de exigir a ambos mais seriedade, mais civismo, mais respeito pelo eleitor. Numa palavra, desculpa-se a falta de talento. A falta de educação, não.
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