O sr. tem é que se defender
Foi hoje de manhã. Um amigo meu dirigiu-se à repartição de finanças do seu bairro para liquidar uma dívida de IRC. Uma vez lá chegado deu-se conta de que a dita reportava ao exercício de 2005. Ora relativamente a esse ano o meu amigo sabe que já pagou tudo o que tinha a pagar. Sugere, por isso, ao funcionário, que confirme isso mesmo no computador que tem ao lado. O imperturbável funcionário responde-lhe, porém, que não tem nada que confirmar no computador. "O Sr. tem é que se defender" - adiantou.
O meu amigo bem contra-argumentou que só se defende de quem lhe quer fazer mal e que, em princípio, o Estado é pessoa de bem. Mas o funcionário-robot não se comoveu. Saber se o contribuinte tem ou não tem razão, foi-lhe indiferente. Ele não está lá para pensar. Ele não está lá para averiguar. Ele não está lá para resolver. Neste caso, estava lá somente para dar o "bom" conselho que não se cansou de repetir:
O sr. tem é que se defender...
O sr. tem é que se defender...
O sr. tem é que se defender...
E é capaz de ter razão.
O meu amigo bem contra-argumentou que só se defende de quem lhe quer fazer mal e que, em princípio, o Estado é pessoa de bem. Mas o funcionário-robot não se comoveu. Saber se o contribuinte tem ou não tem razão, foi-lhe indiferente. Ele não está lá para pensar. Ele não está lá para averiguar. Ele não está lá para resolver. Neste caso, estava lá somente para dar o "bom" conselho que não se cansou de repetir:
O sr. tem é que se defender...
O sr. tem é que se defender...
O sr. tem é que se defender...
E é capaz de ter razão.
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