12 novembro 2005

Já não se usa

São 9 da noite e estou na estrada, de regresso da Covilhã. A meio do caminho, procuro um restaurante para jantar e, em boa hora, descubro o "St.ª Luzia", em Viseu. Aparcamento privativo, instalações sóbrias, decoração a gosto. Logo à entrada, um dos empregados, lá ao fundo, larga o que estava a fazer e vem imediatamente receber-me à porta. Saudação e sorriso de boas vindas. Profissionalismo. Simpatia. Sem salamaneques, sem exageros. Apenas muita atenção ao cliente. Pedi bacalhau à braz, escolhi o vinho e... ataquei as entradas. Quando o bacalhau ficou pronto, o empregado - ao contrário da generalidade dos profissionais da restauração - não se precipitou com a travessa para a mesa. Preferiu vir polidamente avisar-me que já o poderia servir quando desejasse. Tudo sempre com a maior sobriedade, sem se querer fazer ouvir, a não ser por mim. Pedi que servisse. Estava óptimo. Nunca comi um bacalhau à braz tão bem confeccionado. Sobremesa: fatia de melão, para mim, e rodela de ananás para os meus acompanhantes. Não faltou o prato de castanhas assadas, em honra de S. Martinho. Pedi três cafés e a conta. No final, paguei apenas 40 euros por três pessoas. Era impossível sair daquela casa sem felicitar pessoalmente o chefe do pessoal, pelas instalações, pela cozinha e pelo serviço. E foi o que fiz com todo o prazer. É que já não se usa ser tão bem tratado num restaurante.