24 fevereiro 2006

Sem oposição

Dizia há dias, Constância Cunha e Sá, no seu blogue O Espectro, em resposta ao Paulo Gorjão: "tenho sérias dúvidas de que a oposição, apesar das condições adversas, pudesse ter feito melhor. Mesmo sem Santana Lopes!". Logo na altura por lá expressei esta diferente opinião:

"Concordando embora com muito do que CCS descreve sobre as sucessivas oposições e o próprio modo como tem funcionado o Parlamento português, discordo, no entanto, da resposta que, já no final, dá ao Paulo Gorjão. É que, ao contrário, tenho sérias dúvidas de que outra qualquer oposição pudesse ter feito pior do que esta pois esta, muito simplesmente, não tem existido. Aliás, nunca se viu um Primeiro-Ministro passear tão descontraidamente pelos debates mensais e isso, seguramente, que não ocorre apenas por mérito seu. Teve a "sorte" de lhe calhar um inofensivo e tecnicamente muito impreparado Marques Mendes. Foi o que foi."

Hoje, nem de propósito, ficamos a saber que a popularidade de Sócrates subiu quase 20 pontosno saldo entre opiniões favoráveis e desfavoráveis (apesar do impacto negativo das medidas restritivas do Governo) e que o PS também sobe, a ponto de ganhar de novo as eleições se as mesmas se voltassem a realizar. A notícia de que "todos os líderes e partidos de esquerda subiram na apreciação dos inquiridos (pela Marktest), ao contrário dos dirigentes de direita - Marques Mendes e Ribeiro e Castro que perderam terreno, à semelhança dos seus partidos" só completa o ramalhete. Alguém acredita que os resultados deste inquérito seriam os mesmos se tivesse existido uma oposição qualificada e operante?