30 abril 2005

Excertos de um livro não anunciado (231)

É no campo dessa interrogatividade em contínuo que os géneros retóricos poderão ser vistos como correspondendo a três grandes níveis de problematicidade no todo da argumentação. Esses três níveis de problematicidade não se autonomizam necessariamente como poderia sugerir a classificação aristotélica dos géneros, antes se completam, “interpenetram-se sempre mais ou menos, e a singularização de um deles é precisamente apenas um momento, numa estratégia argumentativa que é sempre mais global do que uma radicalização parcial deixa transparacer” (*).

(*) Meyer, M., (1998), Questões de retórica: linguagem, razão e sedução, Lisboa: Edições 70, Lda., p. 44

27 abril 2005

Aborto de referendo

Diz Vital Moreira, com a autoridade que lhe é reconhecida, que "os referendos não servem para aprovar, ou não, todos os aspectos das leis, mas sim as suas opções básicas". Mas será que decidir sobre a eventual descriminalização da IVG tem algo a ver com uma "opção básica"?

Duvido. Assim como duvido que uma questão que suscita tão sérias interrogações morais, científicas e religiosas, possa vir a ser "despachada" por referendo. O que está em causa na arrastada disputa do aborto é, sobretudo, decidir se o feto é já um ser humano, ou, ainda mais exactamente, determinar quando começa uma vida humana, para em conformidade com a decisão, desenhar e estabelecer o mais adequado regime de protecção legal.

Pedro Madeira, propõe o critério da actividade organizada do córtex cerebral que ocorre entre as 25 e as 32 semanas, altura em que o feto começa a pensar e a ter consciência. Só a partir daí, portanto, seria imoral abortar. Mas o problema mantém-se. Como o próprio Pedro Madeira reconhece, os limites das 25 ou das 32 semanas são calculados por mera estimativa, um método manifestamente pouco rigoroso e seguro quando está ou pode estar em jogo uma vida.

Mas o que mais me espanta é que uma tomada de decisão de tão elevado grau de dificuldade e indeclinável acento ético, seja confiada ao mero somatório de "sins" e "nãos" (que é muito menos do que um consenso) sem qualquer exigência de conhecimento e justificação. Para que serve então o referendo sobre o aborto? Apenas para livrar o governo (e já agora os deputados da A. R.) da responsabilidade de decidir?

Alguma razão terá O meu Moleskine quando propõe um referendo ao próprio referendo, através da seguinte pergunta:

Concorda com a existência de momentos a que dão o nome de cívicos que permitem decidir questões sobre as quais nunca teremos uma opinião formada, através da resposta a uma pergunta cuja objectividade é, no mínimo, ambígua e que apenas serve para concretizar os intentos de políticos que mais não têm do que fazer perguntas cuja objectividade é, no mínimo, ambígua?

24 abril 2005

Os maléficos poderes da inveja

Ontem à noite fui à FNAC do GaiaShopping ver José Gil apresentar o seu livro "Portugal hoje: o medo de existir". Mas devo, desde já, dizer que... soube-me a pouco. Bem sei que não é todos os dias que se tem a possibilidade de estar frente a frente com um dos 25 pensadores mais importantes do mundo, de ouvi-lo discorrer sobre a sua obra (sim porque, apesar de todas as virtualidades da escrita, a oralidade é ainda o registo mais apropriado tanto para intuir a dimensão humana de quem escreve como para perceber as principais coordenadas do seu pensar). Deste ponto de vista foi um encontro muito interessante. Mas já no plano das preocupações teóricas, José Gil não quis alongar-se sobre as principais premissas de uma argumentação que parece colocar a inveja dos portugueses no epicentro de todos os seus males. Terá ficado assim no ar uma ideia (excessivamente) pessimista sobre Portugal e sobre os portugueses, para a qual, aliás, se orienta o próprio título do livro. Sinceramente, não estou nada convencido sobre tão maléficos poderes da inveja, quer enquanto sentimento, quer como sistema, nem tão pouco a concebo com dimensão exclusivamente negativa. Quando digo, por exemplo, que alguém tem uma posição invejável estou, regra geral, a admitir que desejaria estar no seu lugar. Dito de outro modo, apenas elejo um modelo a seguir. Não é, por isso, a inveja nem tão pouco a comparação com os outros que nos tolhem o futuro. Uma e outra podem até funcionar como reforço de motivação em vez do propalado sentimento de inferioridade ou medo de existir. Mas isto é o que penso antes de ler o livro. Logo veremos se mantenho a opinião.

22 abril 2005

Excertos de um livro não anunciado (230)

Em síntese, poderemos dizer, segundo Meyer, que “(...) dispomos ou não da solução para as questões; e se não se não dispomos dela, podemos encontrá-la através dos meios presentes, inventados ou não de propósito (como o direito ou os regulamentos políticos), ou então é preciso resolvê-la sem ter à mão os critérios para decidir” (*). Em qualquer caso, uma ideia interessa reter: quanto mais uma questão é incerta, menos a solução possível se limita a uma única alternativa, mais vasto é o leque de respostas possíveis, pelo que “não se trata então de aprovar ou desaprovar, de julgar uma questão que conseguimos reduzir a uma alternativa ou outra; agora convém decididamente encontrar a resposta mais útil, a mais adequada entre todas as possíveis, e até mesmo criar a alternativa” (**).

(*) Meyer, M., (1998), Questões de retórica: linguagem, razão e sedução, Lisboa: Edições 70, Lda., p. 35
(**) Ibidem

20 abril 2005

Aos meus amigos brasileiros

É bem conhecida a polémica arquitectónico-urbanístico que desde sempre rodeou a cidade de Brasília. Inclusive, de entre os meus amigos brasileiros não são poucos os que a consideram uma cidade fria e distante das pessoas, enfim, pouco humana. Mas a julgar pela descrição que dela faz MMLM, do Causa Nossa, parece haver espaço para um outro olhar, bem mais positivo, pelo menos, na óptica do visitante:

Brasília faz 45 anos. Pode ser que a cidade, como referia esta semana José Eduardo Agualusa na Pública, não tenha sido pensada para as pessoas se deslocarem a pé, como hoje provavelmente aconteceria. E que, pelo contrário, ela tenha sido desenhada demasiado em função do automóvel. Mas mesmo com este enorme senão, Brasília, como comentou um recente visitante, não é bem uma cidade. No meio das larguíssimas avenidas, podem encontrar-se séries de palmeiras, de mangueiras ou outras imponentes árvores tropicais. Zonas relvadas e arborizadas estão por todo o lado. É como se fosse um enorme Central Park pontuado com alguns elegantes edifícios. Não sei se serão todos muito funcionais. Mas se forem todos tão espectaculares como o Palácio de Itamarati, com a sua inesquecível escada circular, ou o seu moderno lustre de pássaros em voo, Brasília não será um apenas "parque" pontuado de edifícios. Será também um jardim salpicado de obras de arte.

Um forte abraço para os meus amigos brasileiros.

Um silêncio cúmplice

Posso estar errado mas a impressão que me fica é a de que, de um momento para o outro (para não dizer abruptamente) Pacheco Pereira deixou de fazer crítica política no seu famoso blogue. A que se deverá tamanha passividade? Não faço a menor ideia. Mas é algo intrigante. Bom... se for sinal de algum cansaço, até compreendo. Isto de condenar sempre os mesmos (Portas, Santana, Menezes, etc.) deve ser uma enorme maçada. Se ainda ao menos o amigo Rui Rio tivesse um deslize no seu desempenho autárquico, sei lá, uma análise menos atenta, uma decisão menos acertada, uma escolha duvidosa ou até um simples comentário infeliz... mas a avaliar pelo prolongado silêncio que tem merecido do tão crítico Pacheco, o amigo autarca deve ser irrepreensível, um verdadeiro político-modelo. É para isso que servem os amigos. Para nos apoiarem, para nos tolerarem, para fingirem até que não vêem o fracasso das nossas mais ridículas promessas. Como aquela em que Rui Rio garantiu que ia acabar com os arrumadores nas ruas do Porto. Resultado: o mandato quase no fim e a questão voltando sempre ao princípio. Em cada esquina, lá continuam dois ou mais arrumadores em busca da tão almejada "boa moeda". Humanamente, compreende-se o silêncio do comentador amigo. Mas do ponto de vista político, há que dizê-lo, será sempre um silêncio cúmplice.

17 abril 2005

Excertos de um livro não anunciado (229)

É no seio desse jogo de identidades e diferenças que emergem as questões, podendo a respectiva racionalidade interrogativa ser analisada justamente em função da sua maior ou menor problematicidade. Para Meyer, é a variação dessa problematicidade que irá definir os géneros oratórios, nomeadamente, em função dos meios de resolução disponíveis. Nesse sentido podemos dizer que se observa uma problematicidade crescente à medida que se caminha do género epidíctico para o género judiciário e deste para o deliberativo. No género epidíctico, diz Meyer, a questão não chega a ser verdadeira e radicalmente problemática, pois a resposta está dada, posta à disposição. No género judiciário já existe de facto um problema mas que se encontra fortemente relativizado pelas regras de juízo previamente fornecidas pelo direito. Logo, é no género deliberativo que se observa a maior problematicidade pois ninguém detém, à partida, o juízo resolutório, excepto no caso de autoridade natural ou institucional.

15 abril 2005

Como se muda de opinião

Para Platão, a vontade de nos mantermos conscientemente no erro é inconcebível. Abandona-se uma opinião verdadeira sempre involuntariamente e uma opinião falsa voluntariamente, porque a primeira é um bem, enquanto que a segunda é um mal.

Roger, Christophe, (2002), Compreender Platão, Porto: Porto Editora, p. 52

Pela boca morre o peixe

Ou morria, porque segundo li algures, os novos programas de Português já reservam à oralidade um lugar central no treino da competência comunicativa dos alunos.

E a verdade é que não fazia qualquer sentido ensinar as mais sofisticadas formas de expressão escrita e, ao mesmo tempo, deixar os alunos entregues a si próprios no que toca à forma oral, que é, como se sabe, o nosso mais natural modo de comunicar.

Acerto de contas

Na sua última crónica a respeito dos professores [Miguel Sousa Tavares] fala do pouco que eles trabalham. Eis como faz as contas: "90 dias de férias de Verão, 15 de Páscoa, 15 de natal, 7 de Carnaval, 7 de feriados, 104 fins-de-semana. Total: 131 dias de aulas e 234 de folgas". Por acaso há aqui um erro na soma: são 238 de folga e 127 de aulas. Seguindo nesta linha de raciocínio, poderíamos continuar. Eu, normalmente, durmo 8 horas por dia. Portanto, passo um terço do tempo a dormir, o que, num ano, corresponde a 121 dias. Ou seja, o tempo de folga passa a ser afinal de 238 + 121 ou 359. Como, ainda por cima, no ano passado tive 5 dias de formação e não dei aulas, o meu total de folgas é de 364. Conclusão: dei apenas um dia de aulas. Já não consigo é lembrar-me em que data foi. Algo se passa com a matemática de Miguel Sousa Tavares...

JOSÉ PAULO VIANA, professor, Lisboa
in Público, Edição de 14 Abril 2005

12 abril 2005

Excertos de um livro não anunciado (228)

A retórica traduz-se numa negociação da distância entre os homens, daí que o seu despoletar decorra, invariavelmente, do aparecimento de uma questão para a qual não é possível apresentar apenas uma resposta ou solução. Logo, essa negociação processa-se de acordo com uma lógica própria: “Se existe uma racionalidade retórica, é preciso encará-la como uma lógica da identidade e da diferença, identidade entre eles ou identidade de uma resposta para eles, apesar da diferença entre eles e entre as suas múltiplas opiniões e saberes” (*).

(*) Meyer, M., (1998), Questões de retórica: linguagem, razão e sedução, Lisboa: Edições 70, Lda., p. 33

10 abril 2005

O estratega

Luis Filipe Menezes. Candidatou-se e perdeu o Congresso. Mas ter obtido 44,4 % dos votos quando tinha contra si quase todos os "maiorais" do PSD, a generalidade dos “media”, os mais influentes comentadores e até as sondagens que o “condenavam” a pouco mais de 20%, foi, seguramente, uma impressionante vitória pessoal para Luis Filipe Menezes. Anunciou uma estratégia clara, suportada por medidas muito concretas. Fez um excelente discurso de improviso. Bom investimento para uma futura eleição do Presidente do Partido por sufrágio directo e universal.

O vencedor

Luis Marques Mendes. Pre-anunciou a sua candidatura quando publicamente se distanciou de Santana, já em Barcelos. Com frieza "socrática" esperou sentado pelo péssimo resultado nas legislativas. Foi na própria noite das eleições que se “vestiu” de presidente alternativo e disse: “olhem p´ra mim”. Quando chegou a Pombal tinha o Congresso ganho, pensava-se. Mas algo terá corrido mal. Pareceu receoso ou surpreendido pela acutilância do adversário. Repetindo ideias-feitas, refugiou-se num discurso redondo. Falou de racionalidade e foi pouco objectivo. Enfim, lá acabou por ganhar... jogando à defesa.

09 abril 2005

Um título que diz tudo

Há pouco, estava eu a assistir, pela TVI, à cerimónia religiosa do casamento do Príncipe Carlos com Camilla Parker Bowles, quando aqueles dizeres que vão passando em rodapé me lembraram que, após o casamento, Camilla irá usar o título de Duquesa da Cornualha. Isso mesmo, Duquesa da... Cornualha. Ele há títulos tão realistas, tão realistas, que até parecem já dizer tudo...

Excertos de um livro não anunciado (227)

É preciso, por isso, encontrar uma outra lógica, que supere a lógica da exigência ontológica e essa é, segundo Meyer, a lógica da interrogatividade, que assenta no reconhecimento da maior ou menor problematicidade da questão levantada. Uma questão que se inscreve, afinal, na afirmação pluralista das subjectividades, como é próprio de uma retórica dos homens e para os homens. Aristóteles já reconhecera o papel central da questão no processo retórico, quando, após definir a retórica como a faculdade de considerar em cada caso (ou questão) aquilo que pode ser mais apropriado para persuadir, delimitou igualmente o seu objecto: são as questões acerca das quais deliberamos, ou seja, assuntos que parecem admitir duas possibilidades (*). Meyer, porém, vai mais longe e não só retoma a questão como objecto ou motivo da argumentação como vê nela as marcas de uma nova racionalidade - a racionalidade interrogativa - que funda e orienta o próprio argumentar.

(*) Cf. Aristóteles, (1998), Retórica, Madrid: Alianza Editorial, p. 57

07 abril 2005

Não deixa de ser curioso

que os leigos em geral se refiram a João Paulo II como o "Santo Padre" e que, por sua vez, o patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, o trate tão simplesmente como "este homem" - conforme suas declarações ao JN, na edição de hoje. Além de que frases como "Tenho tomado consciência como eu estava unido a este homem mais do que supunha" ou "Não é a primeira vez que este homem arrasta multidões" parecem mais apropriadas para exprimir algumas reservas do que para abertamente elogiar o longo papado que se fina.

06 abril 2005

Excertos de um livro não anunciado (226)

O que Meyer nos vem dizer é que esta classificação de géneros não faz qualquer sentido. Primeiro porque basta que abandonemos a lógica da exigência ontológica para que se diluam as linhas de fronteira entre cada um dos géneros, tanto mais que qualquer deles faz apelo à possibilidade de não-ser, quer pela admissibilidade da negação de qualquer tese ou proposta, quer em função das três modalidades de temporalidade acima referidas. Em segundo lugar, porque os três bens que supostamente os distinguiriam estão sempre mais ou menos presentes em cada género oratório. Já Quintiliano, de resto, chamara a atenção para o modo como os três géneros se apoiam mutuamente: “num elogio não se trata daquilo que é justamente útil? Numa deliberação não tocamos em aspectos da moral? E nos discursos de defesa não existe sempre algo de tudo isto? (*). Mas porque é que o útil, o justo e o honroso se misturam em qualquer relação retórica? Meyer encontra a resposta no modo como os interlocutores - que se apresentam uns aos outros com uma distância variável - procuram negociar esta última, quanto à questão cuja discutibilidade está em jogo. “A justificação é auto-justificação: assenta em valores, mas também sobre a procura de aprovação, o ‘reconhecimento’; e, para obterem isso, os homens procuram agradar e comover. Pathos, logos e ethos coincidem assim, e nem sempre conseguimos deslindá-los com precisão” (**). Deste modo os géneros oratórios diluem-se e chegam até a sobrepor-se, o que nos impede de captar a especificidade do objecto da retórica.


(*) Cf. Meyer, M., (1988), Questões de retórica: linguagem, razão e sedução, Lisboa: Edições 70, Lda., p. 33
(**) Ibidem

04 abril 2005

Ai se o povo soubesse

O discurso político da "verdade" é uma falácia. Esse discurso supõe, sim, uma simulação da verdade, ou melhor, um pacto entre o orador e o povo que o escuta, em que este finge que acredita, dando-se uma margem de aceitação do erro possível. O povo sabe que o discurso visa apenas a verosimilhança - e abre um espaço de simulação destinado a ser ocupado pela crença, pela adesão efectiva.

José Gil, Courrier Internacional, Edição portuguesa N.º 0, 11 Abril 2005


Sim, o politiqueiro apregoar "da verdade" será uma falácia. Sim, o discurso político pressupõe uma simulação da verdade (ao menos, do lado do orador). Mas de onde se deduz que "o povo sabe que o discurso visa apenas a verosimilhança"? José Gil parece achar isto tão evidente que não avança com qualquer explicação ou fundamento.

A minha hipótese, porém, vai justamente em sentido contrário. É precisamente porque o povo não sabe que o discurso político visa apenas a verosimilhança, que se deixa enganar uma e outra vez (mas não eternamente, é óbvio). Absorvido pela luta diária da sobrevivência, o povo não tem condições nem disponibilidade para aferir as tentadoras propostas com que lhe acenam. Em tempo de eleições, não avalia nem fiscaliza. Apenas escolhe e confia. Numa retórica em que a credibilidade (e a autoridade) dos principais actores políticos deixa pouco espaço à sua própria mensagem, o auditório tende a dar como verdadeiro o discurso daqueles em quem simplesmente acredita. Ora é neste registo do "verdadeiro" que os políticos podem aspirar a uma certa estabilidade da sua base eleitoral e não no da "verosimilhança", logicamente mais vulnerável ao questionamento crítico. Ai se o povo soubesse que o discurso político visa apenas a "verosimilhança"...

Viva o sossego

O Sr. João Reis, que não tenho o prazer de conhecer de nenhum lado, achou que podia invadir a minha caixa pessoal de correio electrónico para anunciar que pretende vender uma casa (a sua?) "em zona sossegada - Cotovia / Sesimbra".

Que coisa mais contraditória: alguém que parece dar o devido valor ao sossego - a ponto de adiantar como unico argumento de venda que a casa fica em "zona sossegada" -resolve vir desrespeitar o meu.

Só imagino o que seria de mim (e da minha mail-box) se todos aqueles que têm, neste momento, uma casa ou andar para vender, seguissem o "exemplo" do Sr. João Reis...

Mas já que teve honras de post, não custa nada "colar" aqui a parte final do "email-anúncio":

*
Para fotos e mais informações, ver o seguinte link:
http://www.luismiguelgoncalves.com/casasesimbra

Cumprimentos,
João Reis
96 683 54 11
joaoreis@luismiguelgoncalves.com

:*

Enfim... viva o sossego.

02 abril 2005

Saudação na especialidade

Olá, desculpem mas entrei só para saudar uma blogger muito especial: parabéns, Carla.

Os limites do Código de Estrada

Vital Moreira sugere no seu post "TABUS", do Causa Nossa, que o Código de Estrada deveria contemplar limites mais alargados de velocidade máxima nas auto-estradas (e mesmo fora delas). Comungo, em geral, da sua opinião. Mas o que realmente questiono é que a velocidade máxima (dentro ou fora das auto estradas) seja exactamente igual em situações ou condições de utilização totalmente diferentes.

Dou dois exemplos:

1) Faz algum sentido pressupor que o grau de perigosidade na condução é o mesmo, quer em tempo seco, quer em tempo de chuva?

2) Tem algum fundamento que um BMW 523i esteja sujeito ao mesmo limite de velocidade máxima a que está sujeito um Ford Fiesta 1.2?

Como aplicar a mesma medida de prevenção a veículos que oferecem tão desproporcionadas condições de segurança ou ignorar que as distâncias de travagem variam drasticamente com as alterações climáticas? Deve-me estar a escapar qualquer coisa...

Carrilho a caminho de Lisboa

O que Carrilho escreveu no Expresso em Outubro do ano passado, foi mesmo "o primeiro acto de uma campanha eleitoral marcadamente antecipada", como na altura aqui referi. Agora que, finalmente, foi anunciado como candidato do PS, será a altura de mostrar que é também capaz de responder ao "desafio que Lisboa necessita". Seja como for, estamos perante um grande nome e uma forte aposta. E levo o meu vaticínio até ao fim: para o PS, Lisboa já "está no papo".